O governador de Nova York Andrew Cuomo anunciou nesta terça-feira (10) sua renúncia do cargo, após uma investigação que revelou que ele assediou sexualmente 11 mulheres, aumentando a pressão legal e pedidos do presidente Joe Biden e outros para sua saída. A queda é surpreendente para um homem visto como um possível candidato à presidência dos Estados Unidos.
Cuomo, um democrata que servia desde 2011 como governador do quarto estado mais populoso dos Estados Unidos, fez o anúncio depois que a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, em 3 de agosto, divulgou os resultados de uma investigação independente de cinco meses que concluiu que ele havia se envolvido em conduta que violou leis federais e estaduais. O governador informou que sua renúncia entrará em vigor em 14 dias.
A investigação, detalhada em um relatório de 168 páginas, concluiu que Cuomo apalpou, beijou ou fez comentários sugestivos para mulheres, incluindo atuais e ex-funcionárias do governo – uma delas policial estadual – e retaliou pelo menos uma mulher que o acusou de má conduta sexual. Cuomo nega qualquer irregularidade.
A vice-governadora Kathy Hochul, uma democrata do oeste de Nova York, assumirá como governadora do estado de mais de 19 milhões de pessoas até o final do mandato de Cuomo, em dezembro de 2022, conforme definido na Constituição estadual, tornando-se a primeira mulher a ocupar o cargo.
A renúncia de Cuomo marca a segunda vez em 13 anos que um governador de Nova York renuncia após um escândalo – em 2008 foi Eliot Spitzer que deixou o cargo por envolvimento com prostitutas.
Cuomo também se tornou o mais recente homem poderoso derrubado após a ascensão do movimento social #MeToo contra o abuso e assédio sexual que abalou a política, Hollywood, o mundo dos negócios e os locais de trabalho.
Sua renúncia poupou Cuomo de uma possível destituição do cargo por meio de um processo de impeachment na Assembleia estadual.