As manifestações que ocasionaram bloqueios em várias estradas do país na quarta-feira (8), perderam força. Às 5h20, no início da manhã desta quinta (9), a Dutra não tinha nenhum ponto de bloqueio. Em Barra Mansa, durante a noite, todos caminhões estavam sendo parados e apenas veículos de passeio conseguiam seguir na Dutra, no sentido Rio.
Os protestos tiveram início na terça-feira (7), e a paralisação foi com o objetivo de apoiar o presidente Jair Bolsonaro. Apoiadores mais fanáticos, como “Zé Trovão”, queriam parar o país através das estradas, para que medidas mais enérgicas fossem tomadas contra o Supremo Tribunal Federal, liberando apenas caminhões que transportassem oxigênio e remédios. Os manifestantes só esqueceram de combinar com o próprio presidente.
Durante a noite da quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro gravou um áudio pedindo aos caminhoneiros que liberassem as estradas do país. Na gravação, Bolsonaro diz que a ação “atrapalha a economia” e “prejudica todo mundo, em especial, os mais pobres”.
“Fala para os caminhoneiros aí, que são nossos aliados, mas esses bloqueios atrapalham a nossa economia. Isso provoca desabastecimento, inflação e prejudica todo mundo, em especial, os mais pobres. Então, dá um toque no caras aí, se for possível, para liberar, tá ok? Para a gente seguir a normalidade. Deixa com a gente em Brasília aqui e agora. Mas não é fácil negociar e conversar por aqui com autoridades. Não é fácil. Mas a gente vai fazer a nossa parte aqui e vamos buscar uma solução para isso, tá ok? E aproveita, em meu nome, dá um abraço em todos os caminhoneiros. Valeu”, disse o presidente na gravação.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Tarcísio Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura, afirma que o bloqueio iria agravar a crise econômica:
“Essa paralisação ia agravar efeitos na economia, na inflação que ia impactar os mais pobres, os mais vulneráveis. Já temos hoje um efeito no preço dos produtos em função da pandemia. A inflação hoje também tem um componente internacional. E uma paralização vai trazer desabastecimento, vai acabar impactando os mais pobres, os mais vulneráveis e prejudicando a população. A gente sabe que há uma preocupação de todos com a melhoria da situação do país, há uma preocupação de todos com a resolução de problemas graves. Mas a gente não pode tentar resolver um problema criando outro. E, principalmente, prejudicando os mais vulneráveis. Daí a preocupação do presidente da República. Então, peço a todos que ouçam, que escutem atentamente às palavras do presidente, que a gente tenha serenidade para pavimentar um futuro melhor.”