O delegado de Volta Redonda, Edézio Ramos, disse em entrevista ao site Foco Regional que o grupo criminoso alvo da operação Alcateia, realizada na manhã desta quarta-feira (27), era liderado por Leone da Silva Ribeiro, de 29 anos, preso no final de junho por agentes da 93ª DP em Bom Jardim de Minas, no estado deMinas Gerais. Segundo ele, mesmo de dentro da cadeia, ele continuava liderando o grupo, através do pai, um dos 22 presos na operação – concentrada em Volta Redonda, mas que se estendeu também a Barra Mansa e Resende. Foram mobilizados 115 agentes de diversas delegacias do 5º DPA (Departamento de Polícia de Área).
Foram expedidos 32 mandados de prisão e 34 de busca e apreensão. A polícia também conseguiu o bloqueio de bens dos suspeitos, que teriam sido adquiridos com o negócio de venda de drogas. “Tem que atuar também na questão financeira deles, senão não adianta nada”, ressaltou o delegado.
Durante a operação, os policiais apreenderam armas, drogas em quantidade ainda não contabilizada e munições. Uma das apreensões ocorreu do lado de fora da casa de um dos alvos, onde o material estava enterrado (veja o vídeo abaixo).
Segundo Ramos, a quadrilha estaria envolvida com homicídios recentemente praticados na cidade, relacionados ao tráfico de drogas. Um deles, confirmou o delegado, foi o de Júlia Rodrigues, de 19 anos, em junho do ano passado. Ela foi morta pelo namorado a mando do traficante preso. Segundo ele, se não matasse a jovem, o namorado é que seria morto.
Ainda de acordo com Edézio Ramos, o líder do grupo – que tem ligações com a principal facção criminosa do Rio, através de bandidos da favela do Jacarezinho, na capital – estava sendo monitorado desde sua prisão e logo ao entrar no sistema prisional já começou a dar ordens para os comparsas em Volta Redonda, através do pai.
“Esta operação é fruto de uma investigação totalmente sigilosa que vínhamos realizando há alguns meses. Conseguimos descobrir o modo de atuação e identificar os principais integrantes [da quadrilha]. Esta organização criminosa, ligada ao narcotráfico, tem ramificações com o Jacarezinho, no Rio, sendo extremamente violenta”, disse ele.
Para Ramos, a operação desta quarta vai “arrefecer a escalada de violência” percebida na cidade nos últimos meses. “Estes crimes estão diretamente relacionados ao tráfico de drogas”, confirmou.