O presidente de honra do Partido Progressistas (PP), Francisco Dornelles, morreu nesta quarta-feira (23), no Rio de Janeiro, aos 88 anos. Ele exerceu diversos cargos na vida pública: foi ministro, senador, deputado, secretário da Receita Federal, vice-governador e governador do Rio de Janeiro. A morte foi confirmada ao jornal O Globo pelo secretário de saúde do Rio de Janeiro, dr. Luizinho (PP-RJ).
“Amigo, líder, ídolo… O maior político da história do Rio de Janeiro! Francisco Dornelles era um guia e um exemplo a ser seguido. Que Deus abençoe e ilumine Dona Cecília e todos os seus familiares”, escreveu o secretário. Dornelles era mineiro. Nasceu em Belo Horizonte, em 1935. Por parte de pai, era primo de segundo grau do ex-presidente Getúlio Vargas. Pela da mãe, sobrinho dos ex-presidentes Tancredo Neves e Castelo Branco, além de ter como tio Ernesto Dornelles, que já foi senador e governador do Rio Grande do Sul.
Com contatos influentes na família, o político se formou em Direito e Finanças Públicas e foi secretário da Receita Federal no governo João Figueiredo, em 1979, durante a ditadura militar. Em 1985, Dornelles deixou a Receita e assumiu o Ministério da Fazenda para uma breve gestão. Embora tenha morrido antes de assumir a Presidência da República, Tancredo Neves já havia designado o sobrinho para a pasta.
Dornelles foi ainda ministro da Indústria, Comércio e Turismo no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso. No segundo, assumiu o Ministério do Trabalho e do Emprego.
Pelo Rio de Janeiro, foi um dos deputados federais constituintes e permaneceu na Câmara até 2007, por cinco mandatos consecutivos, com passagens por PFL, PPR e PPB. Pelo PP, conquistou uma vaga no Senado nas eleições de 2006 e ficou na Casa até 2014, ano em que renunciou, já na reta final do mandato, após ser eleito vice-governador do estado na chapa de Luiz Fernando Pezão (PMDB).
No Palácio Guanabara, Dornelles despachou como governador interino por sete meses durante a licença médica de Pezão para tratar um câncer, em março de 2016, e definitivamente após a prisão do mandatário fluminense em 2018 pela Operação Lava-Jato, quando teve a missão de conduzir o governo estadual pelos 32 dias de mandato que restavam. Foi durante o primeiro período de Dornelles à frente da administração que o governo estadual decretou o Estado de Calamidade Pública, em junho de 2016, o que abriu caminho para socorro financeiro do governo federal.
Em 2019, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entendeu que Pezão e Dornelles cometeram abuso de poder econômico nas eleições de 2014 e os tornou inelegíveis até 2022. O pleito de 2020 foi, assim, o primeiro em mais de duas décadas a transcorrer sem que Dornelles estivesse ocupando um posto político ou participando enquanto candidato. A reportagem é de o Globo. (Foto: Agência Brasil / Tânia Rego)