O acordo coletivo dos empregados da Companhia Siderúrgica Nacional em Volta Redonda continua emperrado por conta do Sindicato dos Metalúrgicos. Em meio às contradições sobre ter ou não assinado o contrato coletivo de trabalho após a aceitação da proposta da empresa pelos empregados, o presidente do sindicato, Edimar Leite, divulgou em redes sociais um vídeo no qual afirma que assinou o contrato, menos a parte que trata do abono de 2022, por não incluir funcionários da empresa demitidos no período.
“Nós recebemos a pauta para o acordo coletivo 2023/2024 e encontramos vários erros, cláusulas acrescidas, que não estavam negociadas. Então levamos para a CSN, à noite [da terça-feira], foi feita [sic] as devidas correções e nós assinamos. O acordo coletivo está assinado, mas o abono não está assinado. Tem item prejudicial ao trabalhador. Nós solicitamos à empresa que faça as devidas alterações. Tão logo seja feito [sic] nós estaremos comunicando a vocês”, disse Edimar no vídeo dirigido aos metalúrgicos.
A mensagem, ao que tudo indica, é uma forma de o sindicato de jogar para a empresa a responsabilidade pelo não pagamento dos benefícios previstos na proposta aprovada já na folha salarial de junho. Sem o documento integralmente reconhecido pelo sindicato, a empresa não conseguirá preparar a folha de pagamento dos seus empregados a tempo de incluir os benefícios da proposta que a maioria aceitou.
Na manhã desta quarta, após se reunir com sua diretoria em Volta Redonda e gravar o vídeo, Edimar seguiu para Porto Real, a fim de participar de uma audiência relacionada ao acordo na unidade local da CSN. O sindicato ajuizou uma ação contestando o fato de as negociações na CSN Porto Real terem sido conduzidas pela Federação dos Metalúrgicos do Estado do Rio de Janeiro, presidida por Silvio Campos, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense.
Na ação, o sindicato pediu a suspensão da assembleia realizada para a votação do mesmo acordo, conduzida pela federação. A Justiça não aceitou o pedido, mas determinou que o resultado está “sub judice” até o julgamento do mérito da questão.
Com isso, os empregados de Porto Real também correm o risco de não receber os benefícios nos contracheques de junho. Durante a assembleia, em Volta Redonda, Edimar disse em uma entrevista que, caso o acordo fosse aceito em Volta Redonda, o sindicato desistiria do processo em Porto Real a fim de não excluir os empregados da empresa na unidade da cidade vizinha do recebimento dos benefícios. (Imagem: Reprodução de vídeo)