O Congresso Médico Acadêmico UniFOA 2023 começou nesta quinta-feira, dia 11, com 672 pessoas inscritas na extensa programação entre palestras, mesas redondas e oficinas em todo o Campus Universitário Olezio Galotti, em Três Poços. O evento segue até sexta-feira (12) e o tema desta edição, organizada pela Liga Acadêmica de Ginecologia e Obstetrícia (Lago), é “A transversalidade da ginecologia e obstetrícia no cotidiano do médico generalista”.
A abertura aconteceu pela manhã, no Auditório William Monachesi, com a palestra magna “Se me contassem o parto – rompendo meus próprios limites: a humanização do nascimento”, com o Dr. Philippe Godefroy, que lotou o local. Essa primeira abordagem sobre o assunto aconteceu após a cerimônia, que além da comissão organizadora, foi composta pelo presidente da FOA, Eduardo Prado; a reitora do UniFOA, Ivanete Oliveira; o pró-reitor Acadêmico, Bruno Gambarato; o coordenador de Medicina, Júlio Aragão; os professores Rodrigo Freitas e Arthur Villela.
Palestra magna
“A humanização do parto é um processo e não um produto”, essa foi uma significativa fala do palestrante que se empenhou na desconstrução desse modelo de atendimento e se debruçou a explicar o que de fato significa o atendimento humanizado. Ele abordou sobre a cultura da cesárea e que, entre diversos fatores, apontou a violência obstétrica institucional como um dos motivos para que as mulheres optem por essa intervenção em vez do parto normal.
Segundo o médico obstetra, o atendimento desde a recepção de um hospital até o momento do parto, e até depois, devem fazer parte dessa atenção. Ele ressaltou que os profissionais devem se ater, acima de tudo, que “humanizar o parto é entender que esse evento é fisiológico e que dispensa intervenções desnecessárias”, considerando que não é relacionada à ambientação com trilha sonora e luz especial, por exemplo.
Durante a palestra, Philippe apresentou imagens de mulheres tatuadas com frases violentas e desencorajadoras que escutaram durante o parto, por profissionais de saúde. Em contraste, ele exibiu o relato de uma mãe que após duas cesáreas conseguiu realizar o sonho de fazer parto normal como sua paciente, destacando a assistência humanizada que vivenciou, emocionada.
A partir dessa explanação, Godefroy incentivou os acadêmicos de Medicina a serem profissionais engajados em reverter esse cenário negativo, e trabalharem em prol de reconstruir o paradigma do nascimento, com respeito aos corpos das mulheres, seja no SUS ou no atendimento particular.
Palestras convencionais, mesas redondas e oficinas
Já à tarde, as atividades foram distribuídas pelo campus. Oito palestras convencionais aconteceram simultaneamente nas salas do Centro de Ciências da Saúde:
– Contracepções
Dra. Patricia Medina, Dra. Lara Nowak, Dra. Débora Rebelo, Dra. Vandrea, Dr. Ivan Montenegro, e Dr. Renato Bravo
– Congelamento de óvulos: pretensão tardia do planejamento familiar
Dr. Felipe Canavez
– Qual a importância dos marcadores tumorais no diagnóstico de neoplasias
Dra. Heloísa Resende
– Testes genéticos no pré-natal: abordagem prática e correlação com casos clínicos
Dra. Cláudia Utagawa
– Rastreamento e Prevenção do Parto Pré-termo
Dra. Luciana Santana, Dr. Júlio Aragão e Dra. Thaís Duque
– Adoecimento mental feminino e psiquiatria reprodutiva
Dra. Morená Zugliani
– Manejo das complicações hipertensivas graves da gestante na Unidade de Terapia Intensiva
Dr. Henrique Balieiro e Dr. Filippo Coutinho
– Atendimento à população LGBTQI no consultório ginecológico
Dr. Arthur Villela
Uma das mesas redondas aconteceu no Auditório William Monachesi, onde o tema abordado foi “Dor Pélvica Crônica”, com: Dra. Alessandra Barbosa, Dr. Clayton Bellei, Dr. Marcelo Namen, Dr. Paulo Braga, Elton Bicalho (Nutricionista) e Ricardo Pereira (Fisioterapeuta).
Já no auditório do curso de Medicina, o bate-papo foi sobre “A realidade da cesariana no Brasil”, com: Dra. Débora Shalaguti, Dra. Elizabeth Diamantino.
Enquanto no Centro Histórico-Cultural Dauro Aragão, “Aborto legal no Brasil” foi o centro da discussão, com: Ailton Carvalho (Assistente Social), Lailla Finotti (Advogada), Livia Feris (Psicóloga) e Dr. Raphael Parente.
O primeiro dia do congresso encerrou com cinco oficinas, que também aconteceram simultaneamente. No Laboratório de Humanidades, a oficina foi de “Colpocitopatologia” – exame preventivo de colo de útero, teste realizado para detectar alterações nas células do colo do útero, com Dra. Juliana Monteiro.
Já no Laboratório Morfofuncional, Dr. Júlio Aragão ministrou a oficina de “AMIU” – como realizar a Aspiração Manual Intrauterina com uso de ferramentas de sucção, com Dr. Júlio Aragão.
Ainda no Centro de Ciências da Saúde, aconteceu a oficina de “Atendimento à vítima de violência de gênero”, com Dr. Arthur Villela e Tamara Vicaroni (Psicóloga) e de simulação prática de “Videolaparoscopia”, com Dr. Ricardo Ferreira.
E o Centro Histórico recebeu os inscritos para a oficina de “Emergências obstétricas”, com o Dr. Philippe Godefroy.
As informações completas e a programação desta sexta-feira (12) podem ser conferidas no site https://www.unifoa.edu.br/congressomedico/.