A Polícia Federal cumpre nesta quinta-feira (11) mandado de busca e apreensão na Usina Nuclear de Angra 1, em Angra dos Reis. A diligência está relacionada a dois inquéritos policiais em trâmite na Delegacia de Polícia Federal da cidade, que apuram o vazamento de água contaminada com resíduos nucleares ocorrido em 16 de setembro de 2022, na Baía de Itaorna. As investigações buscam apurar supostas condutas omissivas na comunicação dos eventos, além de eventuais crimes ambientais.
O vazamento de água radioativa ocorreu no ano passado, mas não foi divulgado pela empresa na ocasião, como determina a legislação. Em razão do ocorrido, o Ibama multou a Eletronuclear, empresa responsável pela operação da usina, em R$ 2,1 milhões.
De acordo com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), o caso aconteceu no dia 16 de setembro. Em março deste ano, o órgão emitiu nota afirmando que “o resultado das inspeções realizadas evidenciou que, durante uma operação de rotina de recirculação e purificação de água de operação, ocorreu a falha de uma válvula de isolamento, propiciando a liberação de um volume de água para o canal de descarga da usina, estimado em, no máximo, 90 litros”.
Em setembro de 2022, o Ibama recebeu denúncias sobre vazamento de água contaminada de um dos sistemas de Angra I, enviando uma equipe de Emergências Ambientais para inspecionar o local. Entretanto, a vistoria não confirmou o vazamento, mas foi determinado que a companhia fornecesse informações sobre a ocorrência.
O Ministério Público Federal questiona a postura da empresa e aponta evidências de que teria havido tentativa de esconder o vazamento.
Quando o caso veio à público, em março deste ano, a Eletronuclear disse em nota que os valores da liberação estariam abaixo dos limites para ser considerada um acidente, seguindo a legislação. Assim, o caso foi tratado como um “incidente operacional”, informado nos relatórios regulares previstos. (Foto: Arquivo / Divulgação)