Moradores de Arrozal, juntamente com os parentes de Júlia Hemanuelly de Faria Costa, estão se mobilizando para realizar, neste final de semana,um mutirão em busca da adolescente, desaparecida desde o dia 13 deste mês. A iniciativa está sendo convocada em redes sociais. Neste sábado (25), eles se reunião a partir das 10 na quadra próximo a uma loja de material de construção (da Marlene). No domingo (26), ponto de encontro e de partida será a praça localizada em frente à igreja católica do distrito de Arrozal, a partir das 8 horas.
A ideia dos organizadores é percorrer áreas de mata e outros pontos não só do distrito, mas também de Piraí e Pinheiral. O objetivo é tentar encontrar Júlia viva ou morta. Desde a última segunda-feira (20), o padrasto da menina, um mecânico de 44 anos, está preso por ordem judicial, como suspeito pelo desaparecimento, o que ele nega.
A Polícia Civil admite que a menor possa ter sido assassinada, mas o delegado Marcelo Haddad, de Piraí, ressalta que esta suspeita precisa ser confirmada pela localização do corpo ou por exames de DNA que comprovem que é dela o tipo de sangue encontrado no sofá da residência dela e no carro do padrasto.
Aparecida da Penha de Faria, tia de Júlia, confirmou que não será um ato de protesto, mas de procura pela adolescente. “A gente está na busca da Júlia desde que ela sumiu. Já se passaram duas semanas do desaparecimento e, até agora, nada. A população de Arrozal está muito envolvida. Está todo mundo comovido e disposto a ajudar. Todos em Arrozal conhecem a nossa família. A polícia está agindo, mas não temos uma reposta [sobre o paradeiro da menor]”, afirmou.
Penha contou à reportagem que a mãe da adolescente, Eva Regina, está internada no Hospital Flávio Leal, em Piraí, desde que soube que a filha única pode não estar viva e que o principal suspeito é seu companheiro. “Ela sempre fez tudo pela filha. A família toda está em choque. Eu não pude ter filhos e a Júlia era, para mim e meu marido, como uma filha.
Indagada se os parentes têm esperança de que a adolescente esteja viva, Penha respondeu que sim: “Temos um grupo de oração e esperamos que ela esteja viva sim, pode ser em um cativeiro. Mas, se não estiver, que a gente possa dar uma despedida decente para ela”.
Além da prisão temporária (30 dias), a polícia de Piraí aguarda uma decisão judicial sobre o pedido da quebra do sigilo telefônico do suspeito. Conforme lembra o delegado Haddad, isso possibilitará aos investigadores verificar o trajeto feito pelo mecânico no dia em que a menor desapareceu. Ele também aguarda o resultado dos exames periciais.