A megaoperação da Polícia Civil contra suspeitos de tráfico de drogas prendeu, até às 9 horas desta segunda-feira (19) 29 pessoas – sendo duas em flagrante. De acordo com o delegado Luiz Jorge Rodriguez, que coordena a ação em Volta Redonda – a operação é realizada também em Barra Mansa e Angra dos Reis – as prisões em flagrante resultaram na apreensão de drogas, contabilidade do tráfico, rádios de comunicação e outros materiais. Ainda não havia um balanço prévio dos resultados nas outras duas cidades.
De acordo com Rodriguez, o chefe da organização criminosa é Thiago Cláudio Duarte Chagas, conhecido como “Thiago Cabeça” e “Thiago Cachaça”. “Ele está foragido, com a prisão decretada e estamos tentando prendê-lo também”, informou o delegado.
Ele disse ainda que os homicídios praticados na cidade têm relação com o tráfico, inclusive a chacina ocorrida no Açude, recentemente, quando quatro pessoas foram mortas. “É uma guerra de facções, mas, neste caso, foi o bando de Thiago Cabeça que sofreu o revés”, acrescentou o delegado de Volta Redonda.
A ação policial une duas operações, “Cana Brava” e “Kautar”. Foram expedidos 88 mandados de prisão, seis de busca e apreensão de adolescentes e outros 91 também de busca e apreensão contra integrantes de uma organização criminosa de traficantes que atuam em todo o Rio de Janeiro. Cerca de 150 policiais civis e 70 viaturas de diversas delegacias participam da ação, ligados aos 5º, 4º e 7º departamentos de Polícia de Área (DPAs). Também apoiam o Departamento-Geral de Polícia da Capital e a Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) da Polícia Civil, além da Polícia Militar.
Segundo a polícia, “Thiago Cabeça” seria o homem apontado como chefe de pontos de vendas de drogas, principalmente no bairro Jardim Belmonte, em Volta Redonda, onde conta, de acordo com o que foi apurado, com um grupo de criminosos fortemente armados. Os agentes registraram imagens dos bandidos atuando perto de uma escola pública. Os policiais também constataram que a liderança dos traficantes também mantinha outros três pontos de venda de entorpecente naquela região.
As investigações revelaram que o tráfico de drogas na região movimentou, entre 2020 e 2021, cerca de 350 quilos de cocaína, gerando um lucro ao final da compra de aproximadamente R$ 20 milhões. Outra informação da polícia é que a organização também conta com uma advogada, que exercia a função de braço jurídico da facção, e comparecia à delegacia a mando do chefe do tráfico de drogas para coagir ou impedir que presos ou testemunhas revelassem alguma informação que poderia ir de encontro aos interesses da facção.