A juíza da 2ª Vara do Trabalho de Volta Redonda, Monique da Silva Caldeira Kozlowski de Paula, em decisão tomada nesta terça-feira (12), determinou aos líderes do movimento de oposição ao Sindicato dos Metalúrgicos, Edimar Miguel Pereira Leite, e o advogado Tarcísio Xavier Filho, que se abstenham da prática de atos que inviabilizem a entrada e saída de funcionários da Companhia Siderúrgica Nacional na Usina Presidente Vargas (UPV), bem como de empregados de empresas que prestam serviços à siderúrgica. A ordem judicial determina ainda que os dois citados se abstenham da prática de atos que resultem em ameaça ou dano à propriedade (da CSN) ou à pessoa (funcionários).
A decisão da magistrada foi tomada numa ação de interdito proibitório apresentada pela CSN, tendo como terceiro interessado o Sindicato dos Metalúrgicos. O interdito proibitório é um mecanismo de defesa utilizado para impedir que agressões iminentes à posse de alguém se concretizem. Monique de Paula fixou multa de R$ 5 mil por infrações.
Riscos – Em sua manifestação à juíza, a CSN apontou greves de ocupação que estão ocorrendo no interior da UPV, principalmente na Superintendência de Oficinas Mecânicas (SOM), gerando riscos à operação da empresa e, mais ainda, de acidentes – que podem desarticular por completo todo o planejamento de segurança em caso de uma emergência. A companhia alertou que desenvolve uma atividade de alto risco e que greves no interior da fábrica podem provocar acidentes com reflexos graves inclusive para a cidade.
A CSN citou ainda que a greve de ocupação atrapalha as pessoas que querem trabalhar e que estariam sendo impedidas pelo movimento paralelo liderado pela oposição metalúrgica neste momento de campanha salarial. Outro fator considerado grave pela empresa seriam mensagens em um aplicativo falando em sabotagem a equipamentos da siderúrgica e ameaças sofridas por gerentes e supervisores.
A empresa, inclusive, juntou ao processo uma notícia-crime porque teriam sido divulgados, em redes sociais, uma espécie de manual ensinando como se fabricar um coquetel molotov.
Os oposicionistas negam que estejam impedindo qualquer pessoa de entrar na usina.