Depois de 34 dias, o pedreiro Alison Corrêa da Silva, de 22 anos, de Volta Redonda, deixou a prisão no início da noite desta quarta-feira (1), um dia depois de a Justiça relaxar sua prisão, ocorrida no dia 27 de outubro, durante a operação Alcateia, da Polícia Civil, contra suspeitos de tráfico de drogas. A prisão do rapaz provocou uma mobilização de parentes e amigos, segundo os quais ele foi vítima de um engano.
Alison foi preso, segundo a polícia, com base na descoberta de mensagens trocadas entre um traficante e uma pessoa identificada apenas como Zeca, encontradas em um telefone celular apreendido em julho. De acordo com a polícia e o Ministério Público, chegou-se à conclusão de que Alison é Zeca, quando o apelido é atribuído ao irmão dele, Jarlan da Silva Corrêa, que procurou o MP para tentar desfazer o engano, mas não foi ouvido.
O relaxamento da prisão ocorreu no início da tarde da terça-feira (30), decidido pelo juiz em exercício da 2ª Vara Criminal de Volta Redonda, Roberto Henrique dos Reis. No entanto, somente no final da tarde o alvará de soltura chegou ao presídio de Japeri, onde Alison se encontrava preso. Ele foi recebido pela mulher, Thayane – que liderou o movimento pela sua soltura – a sogra e dois cunhados. Ainda na Via Dutra, a caminho de Volta Redonda – ele mora no Açude I – Alison contou que só ficou sabendo da decisão judicial através de uma emissora de TV no Rio. “Lá [no presídio], a gente fica meio às cegas”, disse o rapaz. “Está até difícil de pensar agora. Cada dia parecia um pesadelo”, acrescentou.
Antes da ligação cair, porque a bateria do celular de sua mulher estava acabando, Alison contou também que dividiu a cela com outros 22 detentos e que, durante todo este período, ele dormiu num colchonete no chão, já que não havia camas (chamadas pelos presos de “comarca) para todos.
“Eu ficava quieto, no meu canto, sempre na minha. Sabia que minha esposa estava mobilizando, mas não tinha informações”, contou. O pedreiro disse também que ainda vai conversar com sua defesa para saber os desdobramentos do caso. Reencontrar a mulher e o filho de 1 ano e 7 meses, que também foi ao seu encontro, foi, de acordo com Alison, “a melhor sensação possível”.