A desembargadora Simone Schreiber, que é a nova relatora da Lava-Jato no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), derrubou o pedido de fiança de R$ 1 milhão para liberar o pastor Everaldo Dias Pereira e determinou sua soltura com o uso de tornozeleira eletrônica. Presidente do PSC, Everaldo está preso desde agosto do ano passado, quando foi deflagrada a Operação Tris In Idem. A decisão foi proferida nesta terça-feira (6).
A magistrada acatou o pedido do advogado Marcos Crissiuma, que solicitou a alteração de parte da decisão da juíza Federal substituta da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Caroline Vieira Figueiredo. Caroline suspendeu a prisão preventiva do pastor e determinou o pagamento de uma fiança no valor de R$ 1 milhão para que ele fosse liberado. A desembargadora Simone Schreiber manteve outras cautelares, como o uso integral de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e a proibição de sair do Rio de Janeiro.
Com a nova decisão do TRF-2, a defesa do pastor Everaldo afirma que ele deve deixar a prisão nesta quarta-feira (7). Pastor Everaldo está preso há dez meses sob suspeita de atuar no grupo que desviou recursos públicos do governo do Rio de Janeiro na gestão de Wilson Witzel.
Em sua decisão, a desembargadora afirmou que a fiança de R$ 1 milhão é “desproporcional” e que deve ser afastada.
“Desta forma, por considerar que a decisão que impôs a fiança deixou de apresentar fundamentação idônea que justificasse sua fixação no valor de R$ 1.000.000,00, e por entender que o arbitramento em patamar tão elevado tem o condão de impossibilitar a soltura do paciente, entendo que a cautelar em questão deve ser por ora afastada”, escreveu Simone Schreiber.
Hospital São João Batista
A Associação Filantrópica Nova Esperança, Organização Social (OS) que administrou o Hospital São João Batista, em Volta Redonda, no governo anterior ao do prefeito Antônio Francisco Neto, é comandada por Marcos Dias Pereira, irmão do Pastor Everaldo. A informação foi divulgada pelo Ministério Público Federal (MPF), que alegou que a OS é formalmente administrada por uma “laranja”: Cláudia Marta Pessanha de Souza. Ela tinha uma renda de R$ 500 mensais até 2008 e recebeu auxílio emergencial no início da pandemia de Covid-19. Ainda de acordo com o MPF, Marcos, irmão de Everaldo, também faria parte da organização criminosa que teria agido na saúde do estado do Rio.