O juiz Marco Aurélio da Silva Adania decretou nesta quarta-feira (21) a prisão preventiva das duas mulheres acusadas de agredir e torturar uma menina de 6 anos, no último fim de semana, em Porto Real. A decisão foi tomada pelo magistrado na audiência de custódia das suspeitas – a mãe e a madrasta da criança – realizada na Cadeia Pública de Volta Redonda.
A menina está internada em estado grave no CTI pediátrico de um hospital particular de Resende. As duas suspeitas viviam juntas desde julho do ano passado, quando a mãe, com a criança, deixou Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para morar com a nova companheira em Porto Real. Ela se conheceram pela internet.
Ao decidir transformar a prisão em flagrante em preventiva, Adania levou em consideração o risco de morte da vítima: “A criança vinha sendo privada de alimentação há meses e, por conta das agressões sofridas, encontra-se internada em estado grave, apresentando hemorragia intracraniana inoperável e sério risco de vir a óbito ou permanecer em estado vegetativo”.
O magistrado também mencionou o fato de as agressões sofridas pela criança terem começado na sexta-feira (16), persistindo durante os dois dias seguintes, submetendo a menor a “intenso sofrimento físico e psicológico”. O socorro médico só foi providenciado pela mãe na manhã da segunda-feira (19) quando, de acordo com a mãe da madrasta, a menina já não mais reagia.
No final, ele ainda cita o fato de a madrasta ter um histórico de violência, inclusive contra sua própria mãe, o que a levou a uma passagem pela polícia: “A prisão das flagranteadas merece ser mantida para a conveniência da instrução criminal, diante do fato de que as testemunhas/vítimas, por certo, sentir-se-ão amedrontadas em prestar depoimento estando estas em liberdade”. Na audiência de custódia, a madrasta alegou à Justiça ter sofrido “violência no ato da prisão”. Por isso, Marco Aurélio da Silva Adania determinou que cópias dos autos sejam remetidas à Corregedoria Geral da Polícia Militar e à Auditoria Militar “para apurar eventuais agressões praticadas”.