Barra Mansa atingiu nesta terça-feira (30), o triste percentual de ocupação de 81% dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva na rede pública de saúde para tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus. A taxa de vagas ocupadas por pacientes graves acometidos pela doença chegou a ser zerada no dia 27 de fevereiro, mas no decorrer de março, apesar da abertura de 10 novos leitos, sofreu uma elevada ocupação. A cidade registrou também mais um óbito por Covid-19, chegando a 316.
Outro dado preocupante: os leitos de UTIs estão sendo ocupados a cada dia por pessoas mais jovens. Para se ter idéia do problema, do total de 105 leitos de UTIs e Clínicos ofertados pela rede pública de saúde (Santa Casa – UPA Centro – Hospital da Mulher e Centro de Triagem e Tratamento da Covid-19), cerca de 30 deles são ocupados por pessoas com idade entre 30 e 50 anos, enquanto aproximadamente 25 ocupados por idosos, com idade variando de 60 a 85 anos.
A alta nas internações também é uma realidade nos leitos de enfermaria. Em 2 de março, somente 28% de um total de 69 vagas estavam ocupadas. Nesta terça-feira, o percentual chegou a 66%.
A elevada taxa de ocupação dos leitos de UTIS e enfermarias, segundo o Secretário de Saúde do município, Sérgio Gomes, é o reflexo da falta de cuidados e proteção de algumas pessoas. “Estamos vivendo um momento crítico, que a rede de saúde está entrando em colapso e alguns cidadãos insistem na realização de festas clandestinas, nas aglomerações e no uso inadequado das máscaras de proteção facial. Alguns, nem fazem uso do equipamento e, com isso coloca em risco a saúde do próximo, inclusive de seus familiares”, desabafou.
O bancário aposentado Marcos Antônio Xavier, 69 anos, pai de três filhos, duas delas adolescentes, enfatizou importância do distanciamento social. “As pessoas não trazem escrito na testa se estão contaminadas ou não pelo coronovírus, algumas ignoram completamente os riscos a que se submetem ao participarem de aglomerações. Sei que é difícil convencer e conscientizar os jovens sobre esse momento delicado que estamos vivendo, mas é um remédio amargo que todos, sem exceção, precisam tomar. Caso contrário, não conseguiremos manter a doença sobre controle”, destacou.
Eunice da Rocha, também de 69 anos e moradora do distrito de Nossa Senhora do Amparo, reforçou a necessidade de ficar em casa. “É uma questão de lógica. Só saia de casa em última necessidade. Vamos preservar vidas”, salientou.
A preocupação com os efeitos da pandemia levou a Prefeitura a publicar nesta segunda-feira (29), um novo decreto com medidas restritivas mais rígidas, como o funcionamento do comércio das 10h às 17h, de segunda à sexta-feira, e de 09h às 13h, no sábado. Supermercados, farmácias, drogarias, padarias e atividades essenciais descritas no Decreto nº 10.282/2020 do Governo Federal, podem funcionar dentro do horário comumente praticado.
O decreto estipula ainda que bares, restaurantes, lanchonetes e estabelecimentos congêneres, deverão funcionar de segunda à sexta-feira, das 10h às 17h e aos sábados e domingos de 11h às 15h. Fica mantida a ocupação de 50% das mesas, a verificação de temperatura para estabelecimentos com capacidade para mais de 40 pessoas, bem como a proibição da permanência de clientes em pé e utilização de pista de dança. Deverá estar disponível álcool 70º, preparações antissépticas ou sanitizantes de efeito similar, sendo obrigatório aos proprietários, funcionários ou colaboradores manter o uso de máscaras faciais. Após o horário estabelecido, poderão funcionar sistema de delivery, drive-thru e TakeAway.
As restrições no funcionamento de comércios vão até o dia 04 de abril, foram definidas de comum acordo com prefeitos de 11 cidades do Médio Paraíba e o Governo do Estado e têm a finalidade de conter o avanço da Covid-19.