O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil – soma de bens e serviços produzidos no país – caiu 4,1% no ano passado. A informação foi divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira. A queda já era esperada devido à pandemia. É a maior desde o início da série histórica atual do IBGE, iniciada em 1996, superando os 3,5% registrados em 2015. “É o maior recuo anual da série iniciada em 1996. Essa queda interrompeu o crescimento de três anos seguidos, de 2017 a 2019, quando o PIB acumulou alta de 4,6%”, informou o IBGE.
Em valores correntes, o Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) chegou a R$ 7,4 trilhões. Já o PIB per capita (por habitante) em 2020 foi de R$ 35.172, com queda de 4,8% – a maior já registrada em 25 anos.
Se for considerada a série histórica anterior, iniciada em 1948, o tombo de 4,1% em 2020 é o maior em 30 anos. As maiores retrações já registradas no país ocorreram em 1981 e 1990, quando houve queda de 4,3% do PIB em ambos os anos.
De acordo com o IBGE, a maior queda foi no setor de construção civil: o tombo foi de 7%. Caíram também os Serviços (4,5%), Indústria (3,5%), consumo das famílias (5.5%), consumo do governo (4,7%), investimentos (0,8%), exportação: (1,8%) e importação (10%). Entre os principais setores houve alta somente na agropecuária (2%).
“O resultado é efeito da pandemia de Covid-19, quando diversas atividades econômicas foram parcial ou totalmente paralisadas para controle da disseminação do vírus. Mesmo quando começou a flexibilização do distanciamento social, muitas pessoas permaneceram receosas de consumir, principalmente os serviços que podem provocar aglomeração”, avaliou a coordenadora de Contas Nacionais, Rebeca Palis.