A Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, deflagraram na manhã desta segunda (17) uma operação para desarticular uma quadrilha especializada em aplicar golpes através de fraudes bancárias. Na segunda fase da Operação Open Doors, ou seja, Portas Abertas, foram expedidos 43 mandados de prisão e mais de 40 de busca e apreensão em sete estados do país. Ao todo estão sendo denunciados 237 suspeitos. O grupo teria furtado mais de 30 milhões de contas bancárias. No Rio, as ações se concentram em Vargem Grande e no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste; e em Barra Mansa, Volta Redonda e Angra dos Reis. Mandados estão sendo cumpridos também em São Paulo, Bahia, Ceará, Santa Catarina, Paraná e Pará.
De acordo com as investigações da delegacia de Barra Mansa, o grupo tinha como vítimas tanto pessoas físicas como grandes empresas. Entre 2016 a 2017 foram detectadas mais de 80 ações do bando. Segundo a polícia, o grupo atua no Sul Fluminense há mais de uma década, mais precisamente em Barra Mansa. Com acesso a dados cadastrais sigilosos, os suspeitos entravam em contato com as vítimas ou até mesmo departamentos jurídicos de grandes empresas e se passavam por funcionários de bancos. Daí em diante, os criminosos forjavam um processo de atualização de cadastro. Com direito a número de protocolo, as vítimas eram direcionadas para uma página clonada e “hackers” tinham acesso a dados sigilosos. De posse de senhas, os golpes levavam no máximo 20 minutos, tempo suficiente para que altas quantias fossem transferidas para diversas contas de “laranjas”.
Outra parte da quadrilha, então, entrava em ação, seguindo até agências bancárias para efetuar saques. Uma grande empresa do ramo de planos de saúde, por exemplo, sofreu golpes estimados em 500 mil reais. Os criminosos levavam menos de dez minutos para fazer as transferências. A preferência era por empresas. Ainda segundo a polícia, os acusados costumavam esbanjar e aplicavam as quantias subtraídas em imóveis e carros de luxo. Dezenas de pessoas, identificadas na investigação, eram usadas para a compra de apartamentos e casas. Em agosto do ano passado, a Justiça já havia expedido 33 mandados de prisão contra integrantes da quadrilha. Os suspeitos serão indiciados por diversos crimes, entre eles organização criminosa, lavagem de dinheiro e furto qualificado.