Foi divulgada pelo Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, uma carta no último sábado, apontando que o Hospital Regional Zilda Arns parou de receber pacientes e poderá ser desmobilizado. O documento foi enviado ao então secretário de saúde do Estado. Fernando Ferry, que nesta segunda-feira (22) pediu demissão. As informações foram divulgadas pelo Diário do Vale.
Na carta, divulgada no último sábado (20), é apontado que o Hospital Regional tem “problemas operacionais”, mas não são especificados quais problemas seriam esses. Secretários de saúde da região disseram que uma das causas seria o atraso no repasse de verbas do governo do estado para a Organização Social que administra a unidade. Já seriam três meses sem que o dinheiro fosse depositado. Os secretários contam que receberam uma mensagem por um grupo de WhatsApp comunicando a suspensão do funcionamento do Hospital Regional. A mensagem alega “problemas operacionais” no Zilda Arns e destaca que os pacientes serão levados agora para a Região Metropolitana I, nos hospitais de campanha.
Também na carta, os secretários dizem que a situação acabou se confirmando, durante a tentativa de transferência de um paciente internado em Vassouras para o Hospital Regional. Diante do pedido, a Central de Regulação despachou:
“Somente podemos transferir pacientes Covid + para leito Covid. O que podemos fazer no momento é mandar para Central Metro 1 (região metropolitana) , da baixada. No momento, há problemas operacionais no Hospital Zilda Arns e não estão podendo receber pacientes. Se não quiserem que seja transferido para Central Metro 1, transferirei para a SMS do município, conforme orientação da coordenação da Central MP”.
Os secretários alertam que o possível fechamento do Hospital Regional poderia tornar a situação de tratamento ao coronavírus sem controle. “Assim, senhor secretário, se com os leitos do Hospital Regional Zilda Arns a situação já era grave, com sua falta se torna gravíssima e fora de controle. Nesse contexto, considerando vossa própria orientação no sentido de formalizar os problemas identificados na gestão do SUS, mediante ofício e tendo em vista o papel institucional do COSEMS, que legal e estatutariamente é órgão representativo das Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Rio, vimos externar nossa preocupação e perplexidade com o rumo dos acontecimentos, que certamente causará desassistência e, por consequência, perda de vidas”. A carta é encerrada com um pedido de posicionamento “urgente” do então secretário, que optou por pedir demissão.
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