Dois mil voluntários de São Paulo e do Rio de Janeiro, respectivamente, receberão a vacina teste de Oxford, do Reino Unido, nas próximas três semanas. O primeiro lote da vacina já chegou ao Brasil, primeiro país fora do Reino Unido que vai começar a testar a eficácia da imunização contra o Sars-CoV-2.
Parte da imunização já chegou ao país e está armazenada em temperaturas negativas até que seja iniciado o estudo, segundo pesquisadores da equipe Idor, responsável pelos testes no Rio.
De acordo com um dos pesquisadores, a vacina está congelada, chegando para ser operacionalizada. A vacina será retirada progressivamente, com a necessidade da demanda.
No Rio, os testes serão feitos em mil voluntários pela Rede D’Or São Luiz, com custo de cerca de R$ 5 milhões bancados pela Rede.
Em São Paulo, outros mil voluntários receberão as doses da vacina, e a testagem será conduzida pelo Centro de Referência para Imunológicos Especiais (Crie) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com financiamento da Fundação Lemann.
Quem pode se voluntariar
Os escolhidos serão submetidos a testes para confirmar que não foram infectados pela Covid-19. A expectativa é receber muitos voluntários, mas a prioridade são os profissionais de saúde, que estão em maior contato com pacientes infectados, que têm a prioridade para os testes.
A regra é a mesma para os dois centros de testagem (Rio e SP). Poderão se inscrever como voluntários os profissionais de saúde, além de adultos entre 18 e 56 anos, que também trabalhem em ambientes de alto risco para exposição ao vírus.
Segundo a Unifesp, motoristas de ambulâncias, seguranças que trabalham em hospitais e agentes de limpezas de hospitais também poderão se inscrever.
Até o momento desta publicação não havia sido inciado um processo de recrutamento. A previsão é de que os procedimentos no Brasil comecem em junho.
Os vacinados na testagem de Oxford ficarão sendo monitorados por um ano. Neste período irão por cinco vezes ao centro de investigação, onde vão passar por consultas, tendo o sangue coletado e serão examinados para possíveis efeitos colaterais. Depois deste período de um ano, os pesquisadores vão avaliar o resultado a partir de dois parâmetros: a eficácia e segurança, já que não se justifica usar uma vacina que apresente mais riscos que a própria doenaç.