A Justiça decretou na tarde desta segunda-feira a prisão preventiva de Fernando Evangelista da Silva, de 36 anos, acusado em inquérito policial de ser o responsável pelo incêndio que causou a morte de três irmãos na manhã da última sexta-feira (24), na Ilha das Cobras, em Paraty. Fernando está na Cadeia Pública de Volta Redonda, onde foi apresentado em audiência de custódia, que é quando os presos em flagrante são levados à presença de um juiz.
O pedido de prisão preventiva foi feito pelo delegado Marcelo Russo, que conduz as investigações do caso. O magistrado levou em conta a garantia da ordem pública (por ser o suspeito considerado pessoa perigosa), instrução processual penal (para não atrapalhar as investigações) e aplicação da lei penal (para impedir que ele fuja).
Fernando foi indiciado por três homicídios qualificados por emprego de fogo, agravados pelo fato de as vítimas terem menos de 14 anos, além de tentativa de feminicídio e crime de incêndio em local habitado.
Também nesta segunda-feira, a mãe das crianças, Dara Cristina de Almeida Santos Souza, de 25 anos, que vivia com o suspeito havia cerca de três meses, foi ouvida no Hospital da Praia Brava, onde está internada desde o dia da tragédia, já que inalou muita fumaça, que afetaram seus pulmões. O delegado não divulgou o teor do depoimento, porque o caso está em segredo de justiça.
Dara, até o momento em que foi ouvida, não sabia da morte dos três filhos. Ainda nesta segunda-feira, um parente de Dara, pedindo para não ser identificado, disse que o pai a visitou no domingo. Ela não corre mais risco de morte, mas não se lembra do que aconteceu no dia do crime.
– A Dara disse que queria ir para a casa dela, parece que não lembra do incêndio. Ela está melhor, fora de perigo, graças a Deus. Não sabemos quando vamos contar para ela que os seus três filhos morreram. O médico pediu para esperar mais, talvez depois dela sair do CTI – contou.