A emoção tomou conta de parentes e amigos do menino Pablo Emanuel da Silva, de 11 anos, noite da terça-feira (11). No mesmo local onde ele foi baleado no último dia 2, foi celebrada uma missa em sua memória, presidida pelo padre Nilson José, da Paróquia São Luiz Gonzaga. Pablo frequentava a catequese na igreja católica do bairro.
“Vamos jogar por Pablo, pela Justiça, pelo amor e pela paz”, disse o pároco no final da celebração, se referindo ao sonho da criança de ser jogador de futebol. A missa foi acompanhada por crianças que brincavam e jogava bola com Pablo. “Eu considerava ele meu irmão. A gente brincava muito e, quando fiquei sabendo da notícia, arrancou um pedaço do meu coração, porque era meu melhor amigo”, disse Pedro. “Ele me ensinou uma coisa: trabalhar em equipe. Quando a gente [no jogo de futebol] estava perdendo, ele dizia: ‘vamos trabalhar em equipe e virar o jogo’”, disse Luís.
O bispo da Diocese Barra do Piraí-Volta Redonda, dom Luiz Henrique, foi representado pelo padre Juarez Sampaio, vigário episcopal para Dignidade da Pessoa, que participou da celebração ao lado do padre Nilson. Na homilia, ele comentou a carta do bispo sobre a violência urbana. “As dores dos familiares, das comunidades, são as dores do pastor. A igreja está junto com o povo que a chama”, afirmou o padre Juarez.
Após a missa, o povo caminhou até a Comunidade Eclesial Nossa Senhora de Fátima, no mesmo bairro. Representações de outras igrejas e do Movimento Éitca na Política de Volta Redonda (MEP-VR) participaram ato religioso.
O crime – Pablo foi morto por cinco homens encapuzados que invadiram a casa na Rua Presidente Costa e Silva, onde ele estava com a tia e o irmão, de 16 anos. Segundo a Polícia Civil apurou, o alvo dos assassinos era o adolescente, que conseguiu fugir sem ser atingido.
A delegada de Barra do Piraí, Bianca Pellegrini, acredita que o menino foi morto em retaliação à fuga do adolescente. No último sábado (5), a polícia prendeu um suspeito de envolvimento no crime no vizinho bairro Dom Bosco, em Volta Redonda. Apesar do período eleitoral proibir prisões de eleitores que não sejam em flagrante, o suspeito foi preso porque não tem título de eleitor. (Foto: Divulgação)