O empresário Max Gollo, dono da Viação Senhor do Bonfim, concessionária do transporte público de passageiros em Angra dos Reis, morreu nesta sexta-feira (24), de causa natural. Ele tinha 94 anos.
O anúncio do falecimento foi feito pela empresa em redes sociais. O corpo do empresário será velado a partir das 9h deste sábado (25) na capela 8 do Cemitério Memorial do Carmo, no bairro do Caju, no Rio de Janeiro.
A empresa atua no transporte público de Angra dos Reis desde o final da década de 1960, mas foi adquirida por ele em 1984. Na época, a viação tinha 27 ônibus, atualmente são 125, operando em 28 linhas.
Golllo, ao longo de sua vida empresarial, também adquiriu terras em Mato Grosso do Sul. Dizia, no entanto, que seu maior carinho era pela empresa de ônibus: “Olho se os ônibus estão limpos por dentro, se estão enxutos, se não estão molhados ao sair”.
História – Gollo era capixaba. Nasceu em agosto de 1929 em Muqui, no sul do Espírito Santo, filho de um alfaiate e de uma dona de casa. Viveu na cidade até os 13 anos, quando foi levado para a cidade do Rio de Janeiro para fazer uma cirurgia na perna que havia sido mal- sucedida em Cachoeiro de Itapemirim.
A partir daí, não voltou para sua terra natal. Ele ficou, inicialmente, na casa de um tio que era madeireiro e, depois, passou a viver com outro, que era dono de um armazém em Bangu, na Zona Oeste do Rio. “Foi a minha faculdade”, disse, em uma entrevista.
Depois, Gollo trabalhou com material de construção e dirigiu caminhões, até que comprou sua primeira “lotação”, um veículo com capacidade para 20 passageiros, pagando a prestação. Ele mesmo era ukm dos motoristas. Em pouco tempo, começou a ampliar a frota, que chegou a cinco veículos, quando então parou de dirigir e passou a administrar. Admitiu que ganhou muito dinheiro.
Em 1962, também com sócios, ele fundou a Auto Viação Bangu, que acabou vendendo em 2004 por estar deficitária, segundo ele devido ao transporte clandestino que dominou a Zona Oeste carioca. Para vender a empresa, assumiu o passivo trabalhista e fiscal. “Se não fizesse isso, iria quebrar”, justificou.
A partir daí, mesmo morando no Leblon, na Zona Sul do Rio, passou a se dedicar totalmente à Senhor do Bonfim, permanecendo em Angra de segunda a sexta-feira. Dizia, com orgulho, que a “empresinha”, como costumava se referir à Senhor do Bonfim, foi a primeira do estado do Rio de Janeiro a operar o sistema de bilhetagem eletrônica. (Foto: Divulgação)