O temor de que haja uma corrida desenfreada pelo arroz, em razão da tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul – maior produtor do país – está levando supermercados do Sul Fluminense a limitar a venda do produto aos clientes. A medida, já adotada em outros estados, está sendo informada pelas redes nas gôndolas onde as marcas de arroz estão expostas para venda.
Cartazes com esta informação foram colocados nesta quinta-feira em mercados de Volta Redonda, Barra Mansa e Resende. A quantidade que cada cliente pode levar varia de acordo com o estabelecimento e também leva em conta o peso da embalagem – comumente vendido em pacotes de 2 kg e 5 kg.
A medida foi adotada mesmo depois de o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, garantir que o abastecimento interno de arroz não está comprometido e também de o governo federal anunciar a importação de uma tonelada do produto.
“Até o momento, conseguimos colher 83% da safra”, informou Velho na última terça-feira (7). “Os 17% restantes estão concentrados na região central do estado, a mais impactada pelas inundações. Lá, falta cerca de 40% para finalizar a colheita”, informou o presidente da associação, destacando que, apesar do atraso, as áreas já colhidas apresentaram bons resultados.
“Mesmo com as dificuldades na colheita do restante, o Rio Grande do Sul deve registrar uma safra superior a 7 milhões de toneladas”, complementou. Segundo ele, a logística é um problema momentâneo, especialmente nas áreas mais afetadas pelas cheias. “No entanto, as conexões com os grandes centros via BR-101 estão normais, o que garante o escoamento da produção para outras regiões do Brasil”.
Velho ressalta que houve um aumento de 8% na área plantada, tanto no Rio Grande do Sul quanto em outras regiões do país. “Não há motivos para alarme em relação ao abastecimento interno”, assegurou.
O Brasil consome aproximadamente 10 milhões de toneladas anualmente. Também na terça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que, se necessário, o Brasil considerará importar arroz e feijão para compensar os danos nas safras. (Foto: Redes sociais)