O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro tornou réu por crime de racismo um segurança de uma loja da Zara pelo crime de racismo contra um jogador do Voltaço no dia 18 de junho deste ano. O caso ocorreu no Barra Shopping, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e a vítima é o atleta Guilherme Ribeiro Quintino Machado, de 20 anos.
A denúncia foi do promotor Alexandre Themístocles. Ele ressaltou que “a ação discriminatória foi motivada unicamente pela infundada suspeita decorrente da cor da pele do consumidor”. O MPRJ também pediu à Justiça a suspensão do funcionamento da unidade da Zara pelo prazo de três meses.
Após o crime, o caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Na delegacia, o jogador contou que foi obrigado a mostrar onde estavam as peças que desistiu de comprar. Aos investigadores, o atleta sustentou que foi seguido e intimidado por ser negro. O segurança também é.
Na ocasião, o segurança negou a acusação dizendo que apenas pediu para que o jogador mostrasse onde havia deixado a bolsa com as de roupas. Embora salientando que não exista um perfil para que sejam feitas as abordagens, “mas sim atitudes”, o segurança admitiu à polícia que errou na forma de abordar o jogador. No relatório enviado ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), a delegada Rita de Cassia Salim Tavares, titular da Decradi, após ouvir testemunhas e analisar as imagens das câmeras de segurança da loja, sustentou que ficou “configurada uma ação discriminatória que consistiu no tratamento diferenciado dirigido a vítima, justamente em razão de pertencer a uma determinada raça, cor e/ou origem étnica, que evidencia o racismo”.
Na época, a Zara afirmou que não admite qualquer tipo de discriminação e que estava apurando o ocorrido, reiterando que a abordagem não é prática da companhia nem reflete seu posicionamento e valores.